
Uma história de angústia e espera marca a rotina de familiares da senhora Tania Maria Silva, de 60 anos, internada desde a última segunda-feira, 9, no Pronto-socorro “Dr. Álvaro Azzuz”, na zona norte de Franca, com suspeita de AVC (Acidente Vascular Cerebral). De acordo com o relato da filha, Isleide Cristina, o quadro de saúde da mãe piora a cada dia enquanto aguarda por uma vaga de internação hospitalar via SUS (Sistema Único de Saúde).
Segunda familiares, Tania chegou à unidade consciente, andando e falando, embora com algumas dificuldades. Mas, três dias depois a paciente já perdeu totalmente os movimentos do lado direito do corpo, não fala mais, está com a boca torta, faz uso de fraldas e foi colocada em sonda.
“Minha mãe estava se queixando de dificuldades, levamos ela na Casa do Diabético e de lá indicaram uma tomografia. Mas disseram que era melhor chamar o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), pois se fosse mesmo AVC, eles a levariam direto para a Santa Casa. Mas desde segunda ela está aqui (no PS), e até agora nada foi feito. Hoje ela já não fala mais”, conta a filha, emocionada.
Segundo Isleide, a mãe é cozinheira e ainda trabalha, além de cuidar de um neto pequeno. “Ela sempre foi muito ativa, cuida da casa, do neto… E agora está nesse estado. É desesperador”, lamenta.
Sistema sobrecarregado
A família relatou ter pedido para realizar a tomografia por conta própria, mas foi informada de que, se optasse por isso, perderia o lugar na fila para transferência, retornando ao início do processo de regulação. Atualmente, segundo os funcionários da unidade, há 48 pessoas à frente aguardando por vagas hospitalares, inclusive em situações também classificadas como graves.
“Só queremos que façam o exame para termos certeza do que está acontecendo e poder tratar corretamente. Um AVC precisa de diagnóstico rápido”, suplica a filha.
Prefeitura pediu vaga, mas Estado ainda não liberou
Em nota oficial, a Secretaria Municipal de Saúde informou que Tania Maria Silva deu entrada na unidade e, após avaliação médica, foi inserida no Siresp (Sistema Informatizado de Regulação do Estado de São Paulo). A pasta destacou que o sistema é de gestão estadual e gerencia a liberação de leitos nos hospitais conveniados ao SUS.
Ainda segundo o comunicado, a paciente está sendo assistida pelas equipes médica e de enfermagem do pronto-socorro enquanto aguarda a transferência para um hospital de referência.
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