
A Polícia Civil investiga como feminicídio a morte de Mariana da Costa Nascimento, encontrada sem vida na terça-feira (11), em uma propriedade rural onde o ex-namorado trabalhava como caseiro, em Taubaté. O corpo da jovem estava enterrado em uma espécie de cacimba, junto com alguns de seus pertences, incluindo um par de botas e o celular, que foi localizado enrolado em uma sacola.
O principal suspeito, Luiz Felipe, ex-companheiro de Mariana, foi preso em flagrante por ocultação de cadáver. Inicialmente, ele negou envolvimento no desaparecimento da jovem, mas acabou confessando à polícia, sob pressão da família e dos investigadores, que enterrou o corpo.
A Delegacia de Defesa da Mulher de Taubaté conduz o inquérito e trata o caso como feminicídio.
Versão da defesa
O advogado de Luiz Felipe, Hélio Barbosa, afirmou em entrevista ao SBT que o cliente nega ter assassinado Mariana. Segundo a defesa, o réu alega que a jovem teria cometido suicídio após uma discussão no domingo à noite. Luiz Felipe sustenta que, após deixar Mariana em um ponto próximo a um bar, recebeu uma ligação dela pedindo ajuda. Ao retornar ao local, teria encontrado a vítima já enforcada, pendurada por um cordão ou corda, o material não foi identificado com clareza por ele.
Ainda segundo o relato do acusado, ele teria cortado o laço com uma faca, tentado reanimá-la, e, ao constatar a morte, decidiu esconder o corpo por medo das consequências. Mariana teria sido enterrada ainda com sinais vitais, de acordo com a narrativa apresentada.
“Ele chegou a dar uma mordida no seio dela, para ver se ela reabilitava, e ela não reagiu, daí ele viu que ela tinha morrido. Ele ficou nervoso, porque ele é caseiro, ele nunca teve esse problema, e ele resolveu esconder o corpo. E ele pegou um lugar dentro da própria propriedade, que ele é caseiro, que é um lugar que guarda feno, tipo uma cacimba, e lá, tinha um metro e pouco, ele conseguiu colocar ela, praticamente com a cabeça e o corpo dentro, e ele jogou terra em cima, que ele foi buscar em outro local. E ali ele ficou”, disse o advogado.
A versão, no entanto, levanta dúvidas e é contestada pela família. A irmã da vítima, Gabriela da Costa, revelou em entrevista que Mariana vinha sendo perseguida pelo ex-namorado e que já havia relatado ameaças anteriores.
Família cobra justiça
Familiares e amigos de Mariana mobilizam-se nas redes sociais pedindo justiça e um júri popular para o acusado. Gabriela, a irmã da jovem, afirmou que a última mensagem enviada por Mariana dizia que “não dava mais certo” com Luiz Felipe e que ela sairia de casa na manhã seguinte para uma consulta médica da filha, o que nunca aconteceu.
O caso segue sob investigação, e a polícia busca esclarecer todas as circunstâncias da morte. A participação de outras pessoas no crime também não está descartada.
Fale com o GCN/Sampi!
Tem alguma sugestão de pauta ou quer apontar uma correção?
Clique aqui e fale com nossos repórteres.