
Nesta terça-feira (03) os vereadores Rodrigo Albino (PL) e Mariana Janeiro (PT) se unem para defender o mesmo Projeto de Lei, de nº 14.595/2025, que regula a denominação de vias e logradouros para vedar o uso de nomes de pessoas que tenham sido condenadas por crimes específicos.
Os parlamentares estão em partidos que normalmente fazem oposição e, em diversos momentos deste ano, protagonizaram debates que mostram opiniões totalmente contrárias sobre o mesmo tema. Mas, neste caso, ambos deixaram de lado a questão partidária e trabalham em parceria. “O projeto na realidade era de minha autoria e a Mariana pediu para junto. Isso demonstra que apesar de posicionamentos totalmente diferentes, temos algo em comum que é combater a corrupção”, diz Rodrigo Albino.
Ele destaca ainda que se uniram, pois concordam que é importante ter critérios para nomear ruas, avenidas e praças. “São prerrogativas dos vereadores, precisam ar pelo Legislativo, e, de fato, devemos homenagear as pessoas, que fizeram o bem para a cidade, pessoas que contribuíram de maneira histórica, homenagear familiares, que infelizmente nos deixaram. Essa lei deve impedir denominações com nome de pessoas condenadas. Pois no ado já tentaram nomear condenados pela Justiça para ter nome de rua”, afirma.
Mariana Janeiro também reconhece que em poucas questões concorda com o colega do PL, mas este é um caso diferente. “É verdade que eu e o vereador Rodrigo Albino estamos em campos políticos e ideológicos bem diferentes — ele do PL, eu do PT — e que, na maioria das vezes, fazemos oposição um ao outro dentro da Câmara. Mas quando o assunto é o interesse público, a gente precisa ser maior que as nossas divergências. Esse projeto é um bom exemplo disso”, disse, explicando ainda que a proposta a agradou, pois é preciso escolher quem será homenageado na cidade.
“Quando uma rua, uma escola ou uma praça recebe o nome de alguém, estamos dizendo que aquela pessoa merece ser lembrada e isso precisa estar alinhado com os valores que queremos defender. A motivação principal foi justamente garantir que esses espaços não homenageiem pessoas que foram condenadas por crimes graves, como corrupção, racismo, violência contra mulheres ou abuso de crianças”.
Ela também ressalta que, assim que o projeto começou a tramitar na Câmara, se interessou pela proposta e buscou diálogo com Rodrigo para aperfeiçoar, especialmente no recorte de mulheres e direitos humanos que, na opinião da petista, muitas vezes, são deixados de lado nesses debates. “A nossa contribuição foi justamente incluir no texto os crimes de violência doméstica e familiar contra a mulher, contra crianças e adolescentes, bem como os crimes de racismo, tráfico de drogas, tortura, terrorismo, escravidão contemporânea e aqueles contra a vida e a dignidade sexual. Essa foi a forma de garantir que o projeto refletisse com mais profundidade os valores que defendemos e que protegem a vida em sua diversidade”, detalhou.