Polícia prende presidente e vice de organizada do Cruzeiro

Uma ação em conjunto da Polícia Civil e da Polícia Militar prendeu nesta terça-feira (10) três membros da Máfia Azul, principal torcida organizada do Cruzeiro.
Os mandados de prisão da operação Hooligans foram cumpridos em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, e em Brasília, local de residência de um dos detidos.
A polícia não divulgou o nome dos envolvidos, mas a reportagem apurou que dois dos presos são o presidente e o vice da organizada.
Procurada, a defesa afirmou que os dois estão sendo injustamente associados a condutas praticadas por terceiros e que não há provas concretas sobre a responsabilidade penal dos diretores da organizada.
"Diante do cenário de constantes conflitos entre torcidas organizadas, é notória a ausência de imparcialidade por parte das autoridades policiais, que reiteradamente adotam medidas mais severas contra integrantes da Máfia Azul. Ressaltamos que a torcida vem sendo alvo de sucessivos ataques por parte de rivais e tem, de forma contínua, comunicado tais ocorrências às autoridades competentes, sem que se perceba o mesmo rigor investigativo ou empenho para apurar os delitos praticados contra seus membros", disse a defesa, em nota.
A Polícia Civil mineira, responsável pela investigação das brigas entre torcidas, disse que não comenta posicionamentos adotadas pelos procuradores das partes envolvidas nas apurações.
A ação desta terça ocorre após um suposto ataque premeditado em março deste ano contra um membro de uma torcida do Atlético-MG.
Os suspeitos teriam invadido uma loja de roupas para roubar a camiseta do rival e, durante a ação, agrediram a vítima e a mãe dele, que tentou intervir.
"Essas condutas não são mais socialmente aceitas. E elas tomam um grau de proporção, um grau de relevância que nós precisamos resolver na raiz. Essas pessoas que foram identificadas estão sendo investigadas por crime de roubo, não é uma mera rixa, um mero desentendimento", disse o delegado Félix Magno, da delegacia de eventos e proteção ao turista.
A ação teve apoio das forças de segurança do Distrito Federal e do batalhão de choque da Polícia Militar em Minas Gerais.
Ela envolveu também busca e apreensão na sede da torcida organizada na capital mineira, onde foram encontrados substância entorpecente e artefatos que possivelmente seriam utilizados em brigas entre torcidas.
As autoridades reforçaram que as investigações envolvendo outros episódios de brigas entre organizadas estão em andamento.
O último grande confronto entre as duas principais torcidas de Cruzeiro e Atlético aconteceu em fevereiro, antes da partida entre as duas equipes pelo Campeonato Mineiro. Na época, ao menos seis ficaram feridos, e três membros de cada organizada foram encaminhados à delegacia.
Todas as partidas entre os dois rivais aram a ter torcida única em janeiro de 2024, quando os clubes chegaram a um acordo após jogo na Arena MRV, estádio do clube alvinegro.