
Em meio à tristeza e o luto pela morte violenta de Mariana da Costa Nascimento, 28 anos, cujo corpo foi encontrado enterrado na zona rural de Taubaté, a família da vítima aponta que o ex-namorado dela, que confessou ter enterrado o corpo e foi preso, teria premeditado o assassinato.
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Em postagem nas redes sociais, uma irmã de Mariana disse que o ex-namorado “premeditou, planejou e pensou previamente, com antecipação e reflexão, na prática do crime”.
“Isso demonstra maior grau de planejamento e consciência do impacto da ação. A premeditação não é apenas uma ideia repentina, mas sim um processo de preparação e organização do crime”, completou.
Em razão desse planejamento prévio, que está sendo investigado pela Polícia Civil, a família de Mariana cobra uma pena maior para o ex-namorado.
Mariana estava desaparecida desde o último domingo (8) após sair com o ex-companheiro. Desde então, ela não foi mais localizada. O corpo dela foi encontrado por policiais civis de Taubaté na tarde de terça-feira (10).
O corpo estava enterrado em um terreno na rua Marianna Aparecida do Norte da Silva, na Fazenda Canta Galo. Investigadores da Deic (Divisão Especializada de Investigações Criminais) de Taubaté identificaram Luiz Felipe da Silva de Moura, 31 anos, como ex-companheiro da vítima e principal suspeito do assassinato. Ele confessou o crime e foi preso.
De acordo com a Deic, o corpo de Mariana estava enterrado em local de difícil o, exigindo várias horas de escavação com apoio do Corpo de Bombeiros. Pertences da vítima foram localizados na beira do rio Una.
Antes de o corpo ser localizado, uma das irmãs de Mariana gravou um vídeo com o ex-namorado dela, que estava dentro de uma propriedade rural, atrás de uma porteira. Durante a conversa, ele negou envolvimento no desaparecimento (veja abaixo).
Investigação.
A investigação começou após o registro do desaparecimento da vítima, feito pela irmã dela, Gabriela Costa, no dia 9 de junho. Mariana havia saído no domingo (8) com Luiz Felipe, com quem mantinha um relacionamento conturbado.
Segundo familiares, ela chegou a informar, por mensagem, que estava com o ex e retornaria para casa no dia seguinte. No entanto, após um desentendimento entre o casal, Mariana não voltou para casa e não atendeu mais as ligações.
O caso ganhou urgência após os investigadores confirmarem que a jovem já havia denunciado Luiz Felipe por perseguição, em abril deste ano. Ela possuía uma medida protetiva em vigor contra ele, deferida judicialmente.
Durante as diligências, a equipe da Deic utilizou imagens de monitoramento e identificou uma movimentação suspeita do veículo de Luiz Felipe em direção à zona rural de Taubaté. No local, os policiais encontraram objetos pessoais da vítima, como um par de botas e um celular enrolado em papel, às margens do rio.
Em seguida, os agentes foram até a casa do suspeito para confrontá-lo. Diante da pressão e da presença de familiares da vítima, Luiz Felipe confessou o crime. Ele relatou que havia enterrado o corpo de Mariana em sua propriedade, mas se recusou a acompanhar os policiais até o local, alegando temer represálias.
Corpo enterrado.
Com base nas informações readas pelo suspeito, os investigadores retornaram à Fazenda Canta Galo e, após escavações, localizaram o corpo da vítima. A perícia e o Corpo de Bombeiros foram acionados para auxiliar nos trabalhos. A funerária Sagrada Família realizou a remoção do corpo.
Luiz Felipe foi preso em flagrante por ocultação de cadáver. Em depoimento, acompanhado de um advogado, alegou que encontrou Mariana morta em seu terreno e enterrou o corpo. A versão foi considerada inconsistente pelos investigadores diante dos indícios colhidos. O carro e o celular do indiciado foram apreendidos, além dos objetos da vítima encontrados na mata.
Com base nos elementos reunidos pelos investigadores, a Polícia Civil representou pela conversão da prisão em flagrante para prisão preventiva. O delegado responsável pelo caso, Vinicius Garcia Vieira, ressaltou que a gravidade do crime e o risco de fuga justificam a medida cautelar.
A autoridade policial destacou ainda que o crime foi cometido em contexto de violência doméstica, o que agrava a tipificação para feminicídio, com aumento de pena, que também pode aumentar se ficar comprovado que ele premeditou o assassinato.
O caso continua sendo investigado pela Deic de Taubaté, que deve concluir o inquérito nos próximos dias com base em depoimentos, provas periciais e demais evidências colhidas pelos policiais. A Justiça será comunicada da prisão e da representação por medida cautelar. Luiz Felipe deverá ar por audiência de custódia nos próximos dias.