
O número de mortos na Faixa de Gaza ultraou 55 mil desde o início da guerra entre Israel e o grupo Hamas, em outubro de 2023. Os dados são do Ministério da Saúde do território, controlado pelo Hamas, e foram divulgados nesta quarta-feira (11). O órgão estima ainda que mais de 127 mil pessoas foram feridas ao longo dos últimos 20 meses de conflito.
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De acordo com as autoridades de Gaza, mulheres e crianças representam mais da metade das vítimas fatais. O número, considerado um marco sombrio no conflito, não inclui os corpos que permanecem sob escombros ou em regiões iníveis para equipes médicas.
Embora o Ministério da Saúde seja parte da estrutura istrativa do Hamas, seus dados têm sido reconhecidos por especialistas independentes. O governo israelense costuma questionar os números divulgados e afirma mirar apenas alvos militares, culpando o Hamas pelas mortes de civis por operar em áreas densamente povoadas.
Desde o ataque liderado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, que matou cerca de 1.200 pessoas em Israel, em sua maioria civis, e resultou na captura de 251 reféns, o território palestino foi devastado por bombardeios e operações terrestres. A ofensiva israelense transformou cidades inteiras em ruínas, desalojou cerca de 90% da população e transformou mais da metade do território de Gaza em uma zona de segurança militarizada, segundo fontes locais.
A infraestrutura de saúde está colapsada, com hospitais funcionando em condições precárias diante do fluxo contínuo de feridos. Milhares de pessoas vivem em acampamentos improvisados e escolas abandonadas, sem o básico a água, comida ou assistência médica.
Israel afirma ter matado mais de 20 mil combatentes do Hamas, e mantém a ofensiva com o objetivo de desmantelar completamente o grupo. O Hamas, por sua vez, ainda mantém 55 reféns, menos da metade deles considerados vivos, e resiste em áreas fora das zonas militares.
Negociações de cessar-fogo estão travadas. O grupo islâmico propõe a libertação dos reféns em troca de cessar-fogo permanente, retirada das tropas israelenses e a criação de um comitê palestino independente para governar Gaza. O premiê israelense Benjamin Netanyahu, no entanto, rejeita os termos e defende que a guerra só terminará com a derrota total do Hamas. Ele também afirmou que Israel manterá o controle sobre Gaza e promoverá a "emigração voluntária" de parte da população.
A ONU e organizações humanitárias denunciam que a distribuição de ajuda está comprometida devido a bloqueios israelenses, saques e desordem pública. Um novo sistema de auxílio apoiado por Israel e pelos Estados Unidos tem enfrentado dificuldades e episódios de violência. Enquanto isso, cresce o temor de fome generalizada entre os palestinos.
*Com informações do Washington Post