SITUAÇÃO DE RUA

Frio esvazia ruas de Jundiaí e reforça busca por abrigos

Por Redação |
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Jornal de Jundiaí
Alguns moradores ainda permanecem nas ruas de Jundiaí durante o frio
Alguns moradores ainda permanecem nas ruas de Jundiaí durante o frio

Nos últimos dias, as ruas de Jundiaí, que antes abrigavam pessoas em situação de rua, estão praticamente vazias. Em locais como a Praça da Matriz e outras vias do centro da cidade, não foram vistos muitas pessoas em situação de rua, mesmo em pontos onde normalmente costumam se abrigar. 

Os dados mais recentes mostram que nos dias 31 de maio e 1º de junho, por exemplo, 79 abordagens foram feitas, com 56 acolhimentos registrados (última atualização enviada pela Prefeitura de Jundiaí). Ao todo, 38 pessoas aceitaram o abrigo. Hoje, Jundiaí mantém dois abrigos permanentes (Hacali e Santa Marta) e uma Casa de agem para emergências.

Acolhimento. Foi a palavra que Eduardo Henrique da Cunha, mais conhecido como Cadu, mais repetiu durante a conversa com o Jornal de Jundiaí. Aos 52 anos e há mais de oito vivendo nas ruas, ele diz que o que falta não é só abrigo. "Não é coberta, é acolhimento, assistência, atenção e saúde. E não só no frio, é sempre", diz.

Ao lado do amigo Osvaldo José Júnior, o Juninho, ele também critica a atuação das equipes nas ruas. “Eles só vêm aqui para ver se estamos vivos e vão embora”, desabafa Juninho. Cadu completa dizendo “Se tiver um lugar para ir, com e, a gente consegue sair da rua. O que falta é oportunidade e emprego”

Além da falta de oportunidades, Cadu reclama das dificuldades no atendimento. Segundo ele, é comum enfrentar demora para conseguir vaga, falta de estrutura nos abrigos, banhos gelados e pouca comida. Juninho também lembra do risco nas ruas: “Tenho amigos que morreram no frio”, diz.

Com a chegada do frio e as ruas praticamente vazias, muitos acabam optando pelo abrigo. Mesmo com as dificuldades relatadas, para parte dessa população a proteção contra as baixas temperaturas pesa na decisão de buscar o acolhimento oferecido pela Prefeitura.

Ainda assim, o trabalho das equipes do Serviço Especializado de Abordagem Social (SEAS) enfrenta resistência. “Medo de perder autonomia, dificuldades em estabelecer confiança devido a experiências anteriores e vínculos afetivos que mantêm nas ruas fazem com que muitos moradores em situação de rua resistam a receber ajuda”, explica a secretária da Unidade de Gestão de Assistência e Desenvolvimento Social, Luciane Mosca. Ela ressalta que “é fundamental entendermos essas complexidades para oferecer um atendimento que respeite cada história e que realmente contribua para a reconstrução de suas vidas.”

A população pode colaborar com o trabalho do SEAS acionando o serviço pelo telefone (11) 98531-0146, com atendimento 24 horas por dia, inclusive via WhatsApp.

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