
Se você ainda não ouviu falar de Labubu, prepare-se: esse pequeno ser de pelúcia, com dentes afiados e orelhas pontudas, está dominando o mundo da moda e do colecionismo.
Considerado um toy art, o Labubu já tem 10 anos, foi criado em 2015 pelo artista hongkonguês Kasing Lung, inspirado por um folclore nórdico que encantava o artista na infância. Mas foi em 2019, com a parceria com a gigante chinesa Pop Mart, que o personagem ganhou a classificação de toy art e virou febre global.
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Confesso que é difícil emitir uma opinião sobre ele, afinal é fofo, mas também estranho; simpático, porém esquisito – e além dessa dualidade estética, carrega dois fenômenos (acho que podemos chamar assim), que quando bem trabalhados conquistam multidões, o colecionismo e o fator surpresa.
A estratégia de marketing da Pop Mart, é baseada em "blind boxes", ou seja, caixas-surpresas que escondem qual versão do brinquedo está dentro, criando uma experiência de compra emocionante e viciante. Una a isso, edições limitadas o que impulsiona o desejo dos colecionadores e consequentemente o mercado de revenda, onde alguns modelos raros alcançam valores exorbitantes.
Para virar febre o fator influência entra em ação, Dua Lipa, Rihanna, Hailey Bieber, Lisa, integrante do grupo K-pop Blackpink, e muitas outras celebridades adotaram o monstrinho como ório fashion, pendurando-o em suas bolsas – bastou para ele virar um ícone pop-fashion.
A Pop Mart não tem lojas no Brasil, mas isso não foi barreira para conquistar o mercado brasileiro e despertar desejo. Eu mesma, já garanti o meu. Aliás, sabe por que não fiz unboxing para as redes sociais como todo mundo? Porque meu marido, simplesmente não sabia do quesito surpresa e assim que uma amiga deixou em casa minha encomenda, ele curioso que é, foi logo abrindo e lógico achando feio e desnecessário.
Casos matrimoniais a parte, logo que chegou, por coincidência eu havia aberto uma caixinha de perguntas no meu Instagram com o tema bebe reborn e ao comentar as mensagens recebidas aproveitei para mostrar o meu “novo ório” já pendurado na minha bolsa e questionar: seria o Labubu uma variante do polêmico bebe reborn?
Na minha opinião não, porém não tem como não considerar a febre pelo Labubu carregar a busca por um consumo afetivo, uma busca por identidade, por pertencimento - assim como muitas coisas na moda – além de carregar uma certa nostalgia, o fator exclusividade e um storytelling muito bem amarrado.
Quando pensamos em uma tendência, existem camadas a ser percorrida, normalmente elas começam pelos que chamados de Vanguardistas, seguindo para os Early Adopters (primeiros adeptos, aqueles que tem contato com a novidade e adaptam a realidade), depois para os Trendsetters (influenciadores que difundem as tendencias) e por último a grande massa. Juntando a isso a avaliação do tipo de tendência (modismo, micro, macro ou mega tendência), tenho comigo não considerar o Labubu uma tendência de moda - logo mais não estarão mais pendurados nas bolsas - e sim uma tendência de toy art, ou seja, é uma forma de expressão artística que utiliza brinquedos, como meio de criação. Diferente de brinquedos infantis tradicionais, os art toys são objetos de design colecionáveis, voltados principalmente para adultos, que combinam elementos de arte, cultura pop, design gráfico e, muitas vezes, subculturas urbanas.
Ou como li recentemente, o “Labubu não é apenas um brinquedo: é uma expressão de estilo, um símbolo de pertencimento a uma comunidade global de entusiastas.” E que “quem ainda não foi fisgado pelo charme desse pequeno monstro, talvez seja apenas uma questão de tempo.” Será mesmo?