VEJA VÍDEO

Editor cria vídeo com IA da lenda do Diabo com pés de bode em SJC

Por Da redação | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 5 min
Reprodução/@rods.raw
Trecho do vídeo sobre o homem com pés de bode
Trecho do vídeo sobre o homem com pés de bode

Usando recursos de IA (Inteligência Artificial), o criador e editor de vídeo e fotógrafo Rodrigo Fernandez criou uma versão em vídeo da lenda urbana de São José dos Campos, a do ‘Diabo com pés de bode’ na boate Casablanca, que fez 30 anos.

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“Estou testando a nova IA e recriei essa lenda urbana real de São José”, disse Rodrigo em postagem nas redes sociais. “Muitos confirmam que o episódio foi real, outros falam que é apenas boato. Mas o mistério segue vivo 30 anos depois”.

O vídeo parece cena de um filme, com um homem narrando o episódio e casais dançando. De repente, aparece a figura macabra com pés de bode.

“Nos anos 90, na boate Casablanca (Vila Industrial), um homem misterioso, elegante e perfumado apareceu numa sexta-feira 13. Ele dançou com várias mulheres… até que alguém percebeu: nos pés, tinha patas de bode”, diz o editor.

O vídeo chamou a atenção de internautas, que comentaram a publicação. “Essa é talvez o mito mais antigo de casas noturnas de São José, o mais engraçado é que todo mundo falou que ele tava perfumado e depois do nada ‘cheiro de enxofre’”, disse Marcus Ribeiro. “Haha sensacional mano! Eu escutei e escuto até hoje essa lenda”, afirmou Ramiro Alves.

Lenda ou verdade?

Era sexta-feira 13 de agosto de 1993 – há quem coloque 1999 – e a noite estava cinzenta e de Lua cheia. Um carro de luxo para em frente de uma danceteria da cidade e um homem bonito, bem vestido e perfumado desce do veículo, chamando a atenção das mulheres.

A maior parte dos relatos aponta a boate Casablanca como a danceteria em que o fenômeno fantástico ocorreu. A casa ficava na Vila Industrial, na região leste, e fazia sucesso nos anos 1990.

“Era uma danceteria muito popular, que sempre lotava. A domingueira lá era muito famosa. Me apresentei várias vezes na Casablanca e ouvia as histórias do homem com pés de bode, pés de cabra. Era assustador”, disse Kika Medina, cabeleireira e presidente da Associação LGBT de São José dos Campos.

“Eu ouvia essas histórias, mas nunca vi o doido. Tinha mesmo uns doidos que cheiravam como bode, mas com pés de bode nunca vi (risos). Criar coisas misteriosas é bem típico desse interior”, disse.

Dança macabra.

Eis que o rapagão bonito entrou na danceteria e começou a dançar com as mulheres do local, todas encantadas com a sua beleza.

Quando o relógio marcou meia-noite, ouviu-se um grito alto na danceteria: o homem havia pisado no pé de uma companheira de dança, que olhou para baixo e viu pernas peludas e pés de bode. Um cheiro de enxofre começou a exalar na danceteria e o pavor tomou conta das mulheres.

O homem com pés de bode correu para o banheiro e foi seguido por seguranças, que encontraram apenas as roupas no local. Ele havia desaparecido.

Dizem que a mulher pisada por ele teve os dedos do pé amputados, outra entrou em coma e uma terceira ficou paraplégica. As que foram tocadas pelo homem acordaram com queimaduras pelo corpo.

Surgiram teorias na época de que o demônio em pessoa havia ado pela boate e se transfigurado à meia-noite, assumindo sua metade de bode, animal muitas vezes relacionado ao tinhoso.

Lenda urbana.

Nas redes sociais, o debate continua intenso acerca do episódio, com relatos de quem estava lá e acredita na visita do demônio a São José, mas também há os descrentes. Dois ex-seguranças da Casablanca têm conclusões distintas sobre o caso.

Bia Souza, que se intitula primeira segurança feminina em São José, trabalhou na casa de 1990 a 1995. Segundo ela, a estória correu na cidade, mas não ou de um conto urbano. “O fato na realidade nunca existiu”, disse ela.

Já Flávio Lima, que também atuou como segurança na danceteria, contou que os colegas mais antigos “sempre falavam desse ocorrido”. Para ele, o episódio foi verdadeiro. “Sim, foi verdade, e o pior é que a casa era tenebrosa, muito canto escuro, que ávamos e dava um gelo. Em nenhuma das outras casas noturnas sentia isso”.

Verdade ou não, o homem com pés de bode ganhou versões entre moradores de São José. Rubens Lopes conta que o pai jogava cartas num ponto de ônibus em frente à igreja do centro, há muitos anos.

Já era quase meia-noite quando os jogadores viram aparecer um homem de capa preta. O misterioso sentou e começou a jogar cartas. Depois de várias partidas, um dos jogadores olhou para baixo da mesa e viu que o homem tinha os pés como se fossem pés de bode.

“Homem que viu primeiro saiu correndo e, em seguida, todos saíram correndo, e o homem de capa preta sumiu sem deixar vestígio. É um caso acontecido e não é mentira, depois disso meu pai ficou tão medroso que nem sozinho ele ficava”, disse Lopes.

Ex-frequentadora da danceteria, Viviane Veloso disse que se recorda da história do “pé de cabra”. “Toda vez que ia dançar com alguém olhava no pé”, itiu.

E outras versões surgiram: “Morei na zona norte por muito tempo. Minha mãe contava que, às vezes, um homem com cascos de cavalo ava pela rua e a única coisa que se ouvia eram seus os, mas ninguém se atrevia a olhar pela janela”, contou Alessandra Corrá.

“Eu lembro muito bem, deu uma grande repercussão e, depois disso, caiu um pouco o movimento tanto no Casablanca como no Barcelona [outra casa noturna]. A coisa foi punk”, disse Josias Oliveira.

Para Flávio Lima, a localização da danceteria pode ser a explicação para o fenômeno paranormal. “Essa casa noturna ficava na Vila Industrial,em frente à Urbam, bem de frente onde é feito o velório. Enquanto muitos estavam chorando, outros estavam fazendo um esquenta pra entrar na casa”.

No fim das contas, se verdade ou não, o fato é que a história do “homem com pés de bode” sobreviveu ao tempo após três décadas. Há quem desconfie de dançarinos até hoje, dando uma olhadinha para baixo... Vai que?

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